quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Piloto Destaque - Leandro Dorta !

Piloto destaque??? Eu?!?!?!?

Bom, ultimamente, tenho aderido à leitura de muitos blogs, sobre variados assuntos. Entre eles, política, economia, culinária, e o tudo mais que possa ser veiculado através dessa nova ferramenta “internetesca”.
Como não poderia deixa de ser, também sou um leitor assíduo dos blogs sobre assuntos de vôo. Dentre eles, o do Henrique (suquim), que com uma maneira extremamente agradável de escrever, nos conta sobre suas viagens e experiências de vôo. O do Kauan, que iniciou há pouco tempo, e está criando sua identidade agora, o do Bigode de SC, e claro o do Ronnie.



Tenho a felicidade de poder dizer que tenho o Ronnie como amigo, então ler seu blog, assim como o dos outros amigos citados anteriormente, além de agradável, me é muito instrutivo, pois tenho pouco mais de 1 ano no mundo do vôo livre.
Uma das “colunas” que eu mais aprecio é a “PILOTO DESTAQUE”, onde já pudemos ver algumas das histórias dos ícones do parapente paranaense como Deonir, Gil, Sr. Márcio, entre tantos outros com belíssimas histórias de vôo.

Notando que o blog estava “meio parado” perguntei ao Ronnie quem seria o próximo a escrever para a coluna, e nesse momento ele disse que seria eu... – Como assim, eu?!?! – Eu sou um mero preá, não tenho records alcançados, não sou inovador na maneira de voar (pra falar a verdade, sou até conservador demais), e minhas histórias de vôo ainda são poucas e ralas. Mas como o Ronnie insistiu, e disse que seria legal ver como a “nova geração” de pilotos têm se interessado e iniciado no esporte, que resolvi escrever.

Bem. Desde garoto sempre gostei de “coisas que voam”. Me lembro que em uma viagem de avião (patrocinada pela empresa que meu pai trabalhava, claro) no longínquo ano de 1983 eu fui conhecer a cabine do comandante da aeronave. Naquela época, o único medo do comandante é que a criança lançasse uma bomba de efeito moral na cabine (vulgo pum...) não havia o medo criado depois dos atentados de 11 de setembro, então o acesso à cabine era “fácil”. A partir desse momento o vírus do vôo entrou em minha corrente sanguinea.



Com 10 anos, conheci os aeromodelos, que custavam os olhos da cara. Um amigo do meu pai tinha em seu apartamento, cerca de 45 modelos, todos funcionais. Aquilo era de encher os olhos de qualquer criança, e naquela situação ele havia me prometido 1 aeromodelo quando completasse 15 anos.
Os anos passaram, a idade veio, o amigo foi morar em outra cidade, e, resultado, eu fiquei sem meu avião.

Batalhei pra caramba, vendi sorvete, fui vidraceiro, estagiário, etc, tudo para guardar uma grana para comprar o meu 1º aeromodelo, fato ocorrido quando já tinha 18 anos.
Fiquei “voando” de aeromodelo até 2007, quando decidi parar de deixar o avião se divertir.

Pensei em construir um ultraleve, do qual tenho a planta, ferramentas, bancada para construção e tudo mais. Quando a ficha caiu que notei que não poderia, pelo menos naquele momento, “brincar” com um brinquedo daqueles.

Mais dia menos dia, minha esposa, que faz Biologia na Faculdade Espírita, me disse que ia ao litoral fazer um trabalho sobre o vôo dos pássaros marinhos. Esse trabalho consistia numa filmagem do vôo dessas aves durante um vôo duplo de parapente.

Eu já conhecia o parapente, mas ela não. Fomos ao litoral, na praia de caiobá, com o colega de classe dela, Sérgio Bambam, que foi quem em deu as primeiras dicas sobre o vôo livre. Subimos o morro do boi, a condição não ficou boa e não deu vôo naquele dia.

Depois desse dia, fiquei inquieto... queria experimentar a sensação de voar num parapente. Então descobri que um outro grande amigo, o Hugo Banha, também era piloto. Pedi a ele algumas referências de instrutores, comecei a garimpar informação na net até que encontrei o Max (clube da cordilheira) e o Marcio (Vento Norte).



Fui falar com os dois, mas como a cordilheira era muito longe da minha casa, e o Max à primeira vista não é dos mais receptivos, optei em fazer o curso com o Marcio e o pessoal da Vento Norte.

Antes de iniciar o curso, fiz um vôo duplo no palha. Fui uma das sensações mais diferentes que tive na vida. O que era aquilo? Estar pendurado à um tecido por um monte de “cordinhas” e se movimentando. Experimentando a sensação de subir, descer, aceleração da gravidade (numa espiral que o Márcio fez... hehehe) etc. Era tudo muito novo e muito intenso. Isso ocorreu no dia 15 de outubro de 2007.
No final de semana seguinte iniciei o curso.

Foi um final de ano bastante intenso e interessante. No ano seguinte, houve o carnavoo 2008 em Tibagi (uma das rampas que eu mais voei – leia-se, preguei, e que mais gosto de voar). Não podia ir passar o feriado lá pois teria visita, mas como o Marcio havia dito que seria meu primeiro vôo, o tempo estava excelente, coloquei a visita dentro do carro e nos mandamos para tibagi num bate e volta, em plena 2ª feira de carnaval à uma da tarde. Resultado... cheguei lá, todo mundo já tinha voado e estavam no pouso fazendo um belo de um churrasco.
Chamei pelo rádio, e o Marcio e Kauan já estavam, digamos, pra lá de Bagdá.... hehehe, mas ainda conseguiam me birutar no pouso. Já passava das 16h, o vento era fraco e eu estava sozinho na rampa. Enquanto me conectava, apareceu outro voador que me ajudou um pouco na decolagem.
Decolei, fiz meu 1º prego, no pouso, lógico, não fui muito elegante e acabei caindo, mas sem maiores complicações. A galera pulou em cima de mim, aos berros de “bolinhoooo”, e até ai tudo bem. Foi quando um dos “melados” sugeriu: - Vamos cumprir a tradição do 1º vôo em Tibagi e jogar o cara no lago. Como estava quente e eu com a adrenalina a mil, disse: - Deixa que eu pulo sozinho... Resultado. Fui jogado no lago, e surgiu uma nova tradição de batismo de vôo que nunca mais foi realizada... hehehe. Tem o vídeo disso aqui http://www.youtube.com/watch?v=CgUuW2cyrt4

Depois disso, no final do ano, em novembro, sai para a minha primeira viagem de vôo. Campeonato sul brasileiro de parapente – Etapa Tangará. Vocês não fazem idéia como uma etapa com o tamanho da etapa de tangará assusta um preá como eu.... Eu nunca tinha visto tantas velas juntas num só lugar. Foi especial. Serviu para me mostrar um caminho que eu nunca havia pensado em trilhar. O da competição em parapente.
Nesse dia, bati meu 1º recorde de Cross Country. 12 km voando de Prymus 2, com direito à carona de volta ao acampamento, vista “privilegiada” do pouso de reserva do Marquinho bombeiro e da corrida do Marcio para ver se estava tudo bem, e graças a Deus estava, café com bolinhos na casa do pessoal local e tudo mais.
Um pouco mais dessa história pode ser vista em http://www.youtube.com/watch?v=M5iTOjBZOYg, e terminou com uma viagem de 300 e poucos km com todos os vidros abertos devido a um problema elétrico no carro....



Bom, depois disso, o ano acabou. 2009 chegou, eu entrei para a FVLP para ajudar a galera interessada em fazer do PR um estado mais representativo no voo livre nacional, estou participando do Campeonato Paranaense desse ano, em 2º lugar na minha categoria (Serial Light), e com um vôo maior que o de tangará como novo Recorde pessoal saindo de rampa de Tibagi – 13,62km. Pena que nesse dia eu queimei o start por 3 minutos. Caso contrário, hoje eu estaria em 1º na minha categoria. Mas tudo bem. Serviu de aprendizado.

E é essa minha história relacionada ao vôo.

Grande abraço a todos

Leandro

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