Fomos em 3 pessoas, o Fábio, proprietário da R2 Parapentes
do Rio de Janeiro que inclusive já é autorizada Skywalk. O Axé, experiente
funcionário da Parapente Sul de Florianópolis e eu, que estou iniciando as
atividades com a Vortex Paragliding aqui em Curitiba.
Foram 12 dias de muito estudo e trabalho, onde aprendemos
todas as rotinas e protocolos de revisão e manutenção que a Skywalk aplica em
seus parapentes anualmente, com o objetivo de garantir que seus produtos
mantenham as características de segurança e performance durante toda a vida
útil do equipamento.
A Skywalk é líder de mercado na Alemanha e tivemos a chance
única de poder participar deste treinamento e aprender as mais modernas
técnicas de vistoria, medição e trimagem em parapentes.
Adotamos a nossa rotina diária como funcionários da
fábrica. Entravamos as 08h da manhã com intervalo de 1 hora de almoço e saíamos
as 17h, já de noite e com um frio de -5°. Foi uma dura e cansativa rotina, mas
entendemos que somente desta maneira, conseguimos aproveitar o treinamento da forma
mais intensa possível.
O objetivo da Skywalk é de certificar algumas oficinas no
Brasil, para poder atender os proprietários de equipamentos da marca com a
manutenção dentro dos protocolos estabelecidos pela fábrica.
Mas afinal, o que são os protocolos definidos pela fábrica?
Cada fabricante estabelece uma forma de medir, costurar
tecidos e linhas, revisar seus equipamentos.
A Skywalk estabelece uma sequência de procedimentos dentro
da revisão, onde cada um deles exige uma maneira especifica para ser executado.
Toda esta rotina é registrada por um sistema on-line disponibilizado pela
Skywalk chamado de Check Air.
Todas velas Skywalk que são revisadas por oficinas autorizadas
ao redor do mundo ficam registradas neste sistema. Desta forma, a Skywalk
consegue garantir que suas velas se mantenham sempre dentro das características
originais de fábrica, e também serve como banco de dados pelo mundo onde
posteriormente são realizados estudos sobre o comportamento dos materiais
utilizados em seus equipamentos nas mais variadas condições (calor, sol, neve,
etc.).
Este sistema obriga a oficina a cumprir todas as rotinas
de revisão que são determinadas pela fábrica. Desta forma não existe ‘’meia
revisão” ou informações genéricas como vemos aqui no Brasil na grande maioria
das oficinas.
Dando alguns exemplos de informação genérica constantes
em alguns laudos emitidos por algumas oficinas:
Notamos em alguns laudos a simples informação ‘’LINHAS
OK’’.
OK o quê? Medidas ok? Resistência ok? Trimagem ok?
Inspeção visual ok? As linhas encolheram? Alongaram? Foram realizados testes de
cargas? De que maneira? Qual a carga mínima? Qual o resultado ?
As medidas das linhas devem constar no laudo, e
comparadas com as medidas originais do projeto e devem apresentadas ao proprietário.
Existem vários aspectos na revisão de linhas a serem
observados e deverão constar nos laudos. As ausências de informações deixam dúvidas
sobre o procedimento realizado.
Ainda sobre protocolos. Muitos sabem como
costurar uma linha corretamente. Mas e uma linha Skywalk, Advance, Ozone, entre
outras? Cada fábrica determina medidas exatas para tipo e tamanho de costuras
de linhas, materiais usados e tipos de acabamento (single spliced, double
spliced, loop cover) etc. Uma oficina até pode costurar uma linha, mas saber
executar exatamente os padrões de medida, materiais e acabamentos que deverão
ser utilizados em determinado procedimento, somente uma autorizada tem este
tipo de conhecimento.
Um protocolo de fábrica determina, dependendo do ano de fabricação, modelo da vela, e número de check que está sendo realizado, quais serão os procedimentos que deverão ser realizados nesta revisão, como por exemplo, as linhas que deverão sofrer os testes de carga.
Dentre todos os procedimentos que aprendemos na Skywalk,
o que merece destaque é a trimagem do parapente.
Os dados de medição das galerias de linhas são inseridos
no programa, que automaticamente compara as medidas atuais, com as originais do
projeto, e nos informa um diagnóstico de trimagem que deve ser feita para que a
vela se mantenha dentro das suas características originais.
Percebemos que as linhas encolhem com o tempo, umas mais
outras menos, dependendo do uso e cuidado do proprietário. Neste período que
trabalhamos na Skywalk, fizemos revisão em várias velas, onde todas receberam
uma trimagem específica.
O Check Air da Skywalk e seus protocolos são uma ótima
ferramenta, pois ela garante que todos os procedimentos de revisão sejam
cumpridos, descartando a possibilidade de não realizar qualquer procedimento que
esteja dentro dos protocolos.
Aprendemos que todas as rotinas de revisão, medição e
manutenção devem ser documentadas e constar no laudo de revisão e apresentadas
ao proprietário da maneira mais clara e detalhada possível.
A mesma metodologia utilizada pela Skywalk, será adotada
na Vortex Paragliding para a revisão de todos os parapentes. Pois entendemos
que somente com uma criteriosa revisão e procedimentos bem feitos podem
garantir que o equipamento saia da revisão com a garantia de que se mantenha as
características de segurança e performance originais de fábrica.
Parabéns Ronnie! Excelente notícia! A Skywalk mostra que além de competência, tem visão.
ResponderExcluirParabéns Ronnie assim podemos ter a certeza de um bom equipamento revisado da maneira correta.
ResponderExcluirParabéns Ronnie assim podemos ter a certeza de um bom equipamento revisado da maneira correta.
ResponderExcluirIsso aí Ronnie, cada dia se especializando mais, confio em seu trabalho!
ResponderExcluirIn Ronnie we trust!!! Top!
ResponderExcluirmuito bom o post... o tema de revisao infelizmente ainda é tratado de forma muito amadora no brasil... bom saber que teremos mais gente qualificada para executar a revisao de acordo com os protocolos... ja foi o tempo em que testar a porosidade era certicar que a vela está boa para voar...
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