terça-feira, 15 de novembro de 2016

TREINAMENTO SKYWALK




 Neste início de novembro recebemos o convite da Skywalk para participar de um treinamento de revisão e manutenção de parapentes dentro da sede administrativa da fábrica em Marquartstein na Alemanha.

Fomos em 3 pessoas, o Fábio, proprietário da R2 Parapentes do Rio de Janeiro que inclusive já é autorizada Skywalk. O Axé, experiente funcionário da Parapente Sul de Florianópolis e eu, que estou iniciando as atividades com a Vortex Paragliding aqui em Curitiba.

Foram 12 dias de muito estudo e trabalho, onde aprendemos todas as rotinas e protocolos de revisão e manutenção que a Skywalk aplica em seus parapentes anualmente, com o objetivo de garantir que seus produtos mantenham as características de segurança e performance durante toda a vida útil do equipamento.

A Skywalk é líder de mercado na Alemanha e tivemos a chance única de poder participar deste treinamento e aprender as mais modernas técnicas de vistoria, medição e trimagem em parapentes.
Adotamos a nossa rotina diária como funcionários da fábrica. Entravamos as 08h da manhã com intervalo de 1 hora de almoço e saíamos as 17h, já de noite e com um frio de -5°. Foi uma dura e cansativa rotina, mas entendemos que somente desta maneira, conseguimos aproveitar o treinamento da forma mais intensa possível.


O objetivo da Skywalk é de certificar algumas oficinas no Brasil, para poder atender os proprietários de equipamentos da marca com a manutenção dentro dos protocolos estabelecidos pela fábrica.
Mas afinal, o que são os protocolos definidos pela fábrica?

Cada fabricante estabelece uma forma de medir, costurar tecidos e linhas, revisar seus equipamentos.
A Skywalk estabelece uma sequência de procedimentos dentro da revisão, onde cada um deles exige uma maneira especifica para ser executado. Toda esta rotina é registrada por um sistema on-line disponibilizado pela Skywalk chamado de Check Air.



Todas velas Skywalk que são revisadas por oficinas autorizadas ao redor do mundo ficam registradas neste sistema. Desta forma, a Skywalk consegue garantir que suas velas se mantenham sempre dentro das características originais de fábrica, e também serve como banco de dados pelo mundo onde posteriormente são realizados estudos sobre o comportamento dos materiais utilizados em seus equipamentos nas mais variadas condições (calor, sol, neve, etc.).

Este sistema obriga a oficina a cumprir todas as rotinas de revisão que são determinadas pela fábrica. Desta forma não existe ‘’meia revisão” ou informações genéricas como vemos aqui no Brasil na grande maioria das oficinas.

Dando alguns exemplos de informação genérica constantes em alguns laudos emitidos por algumas oficinas:

Notamos em alguns laudos a simples informação ‘’LINHAS OK’’.

OK o quê? Medidas ok? Resistência ok? Trimagem ok? Inspeção visual ok? As linhas encolheram? Alongaram? Foram realizados testes de cargas? De que maneira? Qual a carga mínima? Qual o resultado ?


As medidas das linhas devem constar no laudo, e comparadas com as medidas originais do projeto e devem apresentadas ao proprietário.

Existem vários aspectos na revisão de linhas a serem observados e deverão constar nos laudos. As ausências de informações deixam dúvidas sobre o procedimento realizado.

Ainda sobre protocolos. Muitos sabem como costurar uma linha corretamente. Mas e uma linha Skywalk, Advance, Ozone, entre outras? Cada fábrica determina medidas exatas para tipo e tamanho de costuras de linhas, materiais usados e tipos de acabamento (single spliced, double spliced, loop cover) etc. Uma oficina até pode costurar uma linha, mas saber executar exatamente os padrões de medida, materiais e acabamentos que deverão ser utilizados em determinado procedimento, somente uma autorizada tem este tipo de conhecimento.




Um protocolo de fábrica determina, dependendo do ano de fabricação, modelo da vela, e número de check que está sendo realizado, quais serão os procedimentos que deverão ser realizados nesta revisão, como por exemplo, as linhas que deverão sofrer os testes de carga.
Dentre todos os procedimentos que aprendemos na Skywalk, o que merece destaque é a trimagem do parapente.

Os dados de medição das galerias de linhas são inseridos no programa, que automaticamente compara as medidas atuais, com as originais do projeto, e nos informa um diagnóstico de trimagem que deve ser feita para que a vela se mantenha dentro das suas características originais.

Percebemos que as linhas encolhem com o tempo, umas mais outras menos, dependendo do uso e cuidado do proprietário. Neste período que trabalhamos na Skywalk, fizemos revisão em várias velas, onde todas receberam uma trimagem específica.



O Check Air da Skywalk e seus protocolos são uma ótima ferramenta, pois ela garante que todos os procedimentos de revisão sejam cumpridos, descartando a possibilidade de não realizar qualquer procedimento que esteja dentro dos protocolos.

Aprendemos que todas as rotinas de revisão, medição e manutenção devem ser documentadas e constar no laudo de revisão e apresentadas ao proprietário da maneira mais clara e detalhada possível.
 

A mesma metodologia utilizada pela Skywalk, será adotada na Vortex Paragliding para a revisão de todos os parapentes. Pois entendemos que somente com uma criteriosa revisão e procedimentos bem feitos podem garantir que o equipamento saia da revisão com a garantia de que se mantenha as características de segurança e performance originais de fábrica.

6 comentários:

  1. Parabéns Ronnie! Excelente notícia! A Skywalk mostra que além de competência, tem visão.

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  2. Parabéns Ronnie assim podemos ter a certeza de um bom equipamento revisado da maneira correta.

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  3. Parabéns Ronnie assim podemos ter a certeza de um bom equipamento revisado da maneira correta.

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  4. Isso aí Ronnie, cada dia se especializando mais, confio em seu trabalho!

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  5. In Ronnie we trust!!! Top!

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  6. muito bom o post... o tema de revisao infelizmente ainda é tratado de forma muito amadora no brasil... bom saber que teremos mais gente qualificada para executar a revisao de acordo com os protocolos... ja foi o tempo em que testar a porosidade era certicar que a vela está boa para voar...

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