quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Piloto Destaque - Rafael de Góes


Voo até o calar da tarde na Cordi

Uma grande satisfação o Ronnie me pedir para escrever para o seu blog. Acompanho-o desde que voava de asa delta e rapidamente transferiu todo a competitividade e talento para o parapente.
Comecei a pouco mais de 10 anos. Em junho de 1999 fiz meu primeiro voo do morro do Pires na região de Curitiba. Deve ser boda de alguma coisa...

Até então, o máximo de voo eram os efêmeros, e as vezes desastrosos, aéreos de skate.

A oportunidade apareceu com um amigo, quase primo, que me levou pra conhecer o barranquinho da tranqueira onde o Maximillian Hochsteiner dava aula. Este amigo, hoje meu sócio, acabou não realizando o curso e eu fui fisgado! :o) Tive o privilégio, as vezes suado, de ser o único aluno na época. Muitas subidas do barranco, muito suor :o)


Murren - Suiça

Entre os voos memoráveis nesses 10 anos, além do primeiro, vem a descida do Pico Paraná (nunca tinha ido lá e acho que ia ter que esconder o paraca no mato pra conseguir voltar caso não desse voo. Lembro de um em Andradas com mais de 5hrs de duraçao enroscando com o sol se pondo e também o meu record pessoal, passando os 100km surfando Cb (esse até hj me dá calafrios de lembrar...)

Outro recente, digno de menção, foi o milésimo vôo (tenho logbook até hj ;o) que decidi por comemorar num duplo com a K numa etapa em Tangará no ano passado. Tínhamos champagne a bordo pra gelar na base, mas foi um prego dolorido :o( O milésimo primeiro, no mesmo dia, foi melhor. Depois de 1h de voo pousamos no oficial e a champagne, quente pois não subimos tão alto assim, acababou fazendo levarmos mais 1h pra chegar no camping do Ney rsrsrs

Um voo especial foi numa prova do Open em Valadares, depois de uma triangulação de uns 60km ainda fazer o gol na Feira da Paz com altura pra mandar uma seção de acro.

Passei um tempo tentando focar mais nisso. Gosto muito da plasticidade do SAT e energia de algumas manobras dinâmicas como espiral assimétrica e um Wing Over bem encaixado. No Ground Spiral a visão a bordo é demais! Mas acho que para evoluir de fato, e com segurança, precisaria de mais dedicação. Na região de Curitiba é mais complicado pois as rampas mais próximas tem pouco desnível e a condição térmica, inclusive pra XC, não é tão frequente como gostaríamos.

Gosto muito de voar em Valadares na temporada que além de uma condição muito clássica é onde se encontra os amigos de várias partes do Brasil e reunem-se voadores de todo o mundo. Voar nos Alpes, o berço do esporte, é um aprendizado longo. São tantos lugares pra voar que posso garantir que de tédio nunca vou morrer :o)))


paraiso pra acro

Dos locais que tenho voado com mais frequência, além do Palha que é o quintal, gosto muito de Tibagi pelo conjunto da obra.

Me agrada muito participar de campeonatos pela possibiliade de passar alguns dias focado, voar junto com amigos e confraternizar tentando entender o que deu certo no dia e o que nem tanto. Ajuda bastante na evolução como piloto. E além disso, é a oportunidade de conhecer um pessoal muito bacana e eclético. Já tive alguns bons resultados, mas tô mais pra música "Terceiro" do Ultraje a Rigor rsrsrs

Mas nem tudo são flores. Já me machuquei bem sério quando enrosquei numa linha de distibuição de energia perto do Morro da Palha. Foi muita sorte ter um excelente primeiro atendimento (VALEU SCHIO!), um bom resgate e uma cirurgia de coluna bem sucedida.

De 2003 a 2006 fui diretor técnico da FVLP (tive o prazer de acompanhar o nascer o Sul Brasileiro junto com o Gil e o Afonso) e ainda hoje tento, sempre que possível, contribuir com o grupo nas minhas horas de voluntariado.

Hoje o voo é uma parte importante da minha vida. Colocar verias decisões acertadas em sequência, conseguir interagir com as foças da natureza, encaixar aquela manobra perfeita (na visão a bordo pelo menos ;o) explorar uma rota diferente, conhecer lugares exoticos de um ponto de vista privilegiado. Isso tudo traz uma satisfação incrível. Até ter de lidar com a decepção de um prego...todas essas situações de certa forma levam a um estado de espírito muito bom.

Estava voando de intermediário bem pesado para aproveitar um voo mais misto (XC/Acro) mas agora estou experimentando novamente voar no peso, com uma vela maior, pra tentar voltar a ter aquela sensação de boiar nas térmicas de fim de tarde depois de algumas horas de condição forte. Não tem preço! :o)


raffa em tibagi

Acho que isso tudo é dificil de passar para leigos mas pra quem lê este blog bem provavelmente sabe bem a que me refiro.

Um grande Abraço e Bons VOOS a TODOS!
raffa

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